sexta-feira, julho 29, 2005

SE BOBEAR EU MORRO SEM SABER O QUE É SER FELIZ !!!

Por; Italo Leonardo do Amaral Moreira



A questão é que não tenho estado muito satisfeito com o que tenho postado aqui nestes últimos dias, tenho tido muito pouco tempo para escrever, além de pouca inspiração também, sim, porque creio que escrever é além de tudo, um estado de espírito, bem, pelo menos eu sou assim.

Estou vivendo uma calmaria criativa (por assim dizer), onde não tenho conseguido organizar minhas idéias, coloca-la de forma... (...) sei lá, não encontro sequer adjetivações que se encaixem corretamente, para eu descrever esse momento, tão, tão... (...) estranho.

Acho que preciso, de pelo menos uma semana de férias, ir para um lugar completamente isolado e não ter contato com mais nada, senão, mato e bicho, comer comida de fogão à lenha, não ver TV e nem ouvir rádio, pra ser honesto nem livro, revista, nada mesmo.

Meu único contato com pessoas, se limitaria à única e exclusivamente à aquele povo que denominamos, humildes, de conversa simples e sonhos não maiores que o comprimento de seus braços, aquele povo que se contenta com o que consideramos pouco, que sorri quando certamente nós choraríamos.

Um povo que crê e teme a Deus sobre todas as coisas, um povo que proseia e é incapaz de cruzar com alguém em seu caminho, sem que um cumprimento seja dado a esta pessoa (tarde, dia, noite, áápaa...), um povo que mesmo tendo pouco, está disposto a dividir, gente simples, que pita seu pito no fim da tarde, sentado na soleira de sua casinha humilde (tão gigante quanto sua felicidade), olhando ás estrelas do céu, ouvindo o grilo cantando e não desejando nada mais que saúde, sol, chuva e um solo fértil de onde ele possa tirar o que comer.

Então, se hoje alguém me perguntasse o que é ser plenamente feliz, talvez eu responderia, que ser feliz de fato, é ser matuto, nascer e morrer matuto, sem nunca ter sido desvirginado pelo demônio da mídia, que tem o péssimo habito de deturpar tudo e implantar em nós, pobres racionais, valores que não têm valor algum.


Até!!!!!!!


"De que me adianta, viver na cidade, se a felicidade não me acompanhar
Adeus paulistinha, do meu coração, lá pro meu sertão eu quero voltar
Ver na madrugada, quando a passarada, fazendo alvorada, começa a cantar
Com satisfação, arreio o burrão, cortando o estradão, saio a galopar
E vou escutando, o gado berrando, o sabiá cantando no jequitibá
-
Por Nossa Senhora, meu sertão querido, vivo arrependido por ter te deixado
Esta nova vida, aqui na cidade, de tanta saudade eu tenho chorado
Aqui tem alguém, diz que me quer bem, mas não me convém, eu tenho pensado
Eu fico com pena, mas esta morena, não sabe o sistema em que fui criado
Tô aqui cantando, de longe escutando, alguém está chorando com o rádio ligado ..."
(Leta de Goiá & Belmonte)

5 comentários:

Anônimo disse...

Numa das minhas aulas de Filosofia, na faculdade, o prof.º falou que um fulano (esqueci o nome) disse que feliz é aquele que vive na ignorância. Muitas vezes eu concordo com isso.

E olha, se sem estar inspirado, você escreveu este ótimo texto, imagine quando estiver!

Anônimo disse...

Eu acho natural que a ausência da inspiração queira lhe levar ao isolamento... Na verdade, acho que é esse sentimento que assola a todos que escrevem, quando tal momento chega (e ele sempre vem, de tempos em tempos... Porém, acho que a inspiração não "mora" em um lugar certo como o campo... Mora em todos os lugares. Em todas as palavras. Em cada gesto. Onde vc menos imaginar.
Assim como acho que a felicidade está conosco SEMPRE, não adianta procurar fora, quando na verdade ela vive em nosso coração, basta saber identifica-la...
Enfim, fui do contra hj né? rs Mas aquela velha frase: "O que seria do amarelo, se todos gostassem do verde?" Beijossssssssssssss!!

Anônimo disse...

Boa viagem!
Na volta, viste-me!
Bjo!

Anônimo disse...

Bem,meu amigo,você atrairá a inspiração onde quer que vá.
Como você sabe , já estou "meio" isolado numa cidade do interior há 13 anos. Ainda não é o que desejaria, mas já ajuda a ter íntimo contato com um pessoal, digamos, mais "simples", se bem que disto não tem nada, pois a grande mídia tratou de incutir valores estranhos aos costumes regionais .
Por aqui, uma cidade relativamente nova, muito bem planejada e de boa semelhança com aquelas do interior dos E.U.A, com apenas dois edifícios altos, fundada por italianos, que se chamava "Nova Califórnia", depois mudada para "Osvaldo Cruz" em SP, as coisas não são tão diferentes de uma no Rio de Janeiro, com churrascos, futebol, pagode, carros "amplificados" com "funk" em altíssimos volumes estourando os tímpanos da gente.
Um horror, constatar como mudou o interior após décadas de Rede Globo e imposição do modelo Rio-Bahia, Rap-Axé a todo o resto do Brasil.
Este tipo de "caipira" que você idealiza, há alguns ainda, mas em extinção. Tenho íntimo relacionamento com vários, pois a família de minha esposa foi fundadora da cidade e uma parte antiga dela ficou para trás , nas fazendas e sítios do início.
Só que a maior parte é abastada,enriqueceu, copia os modelos das capitais e nem quer saber de mato.
Só carrões, piscinas, festas, embora , de repente, ainda sentem no chão para "prosear" um pouco,mas só sai bobagem,rs.
Imaginou minha situação?
Em 1971, bem jovem, estive pertinho daqui, em Marília,hospedado na maior fazenda da região, dentro da qual foi construída a cidade. Trouxe minha viola e causei o maior espanto nos colonos violeiros que não entenderam como um carioca sabia tocar tanto ou melhor do que eles uma viola de 10 cordas,numa noite gostosa no varandão, hehehe.
Os tempos mudam meu caro.
Quando conseguir o tal sítio que sonho, lhe convidarei.
Abração.
Homero

Anônimo disse...

"A suprema felicidade da vida é a convicção de ser amado por aquilo que você é, ou melhor, apesar daquilo que você é." - Victor Hugo